Um ícone da indústria automobilística nacional

O Simca Chambord foi mais do que um carro: foi um símbolo de status, inovação e estilo nos anos 1960. Produzido pela Simca do Brasil entre 1959 e 1967, o modelo foi derivado do francês Simca Vedette, que por sua vez nasceu de um projeto da Ford norte-americana. Seu design remetia aos clássicos americanos de 1955-56, com linhas elegantes e imponentes 

Características técnicas e versões

O Chambord foi o primeiro automóvel brasileiro com motor V8, o que lhe conferia um desempenho diferenciado para a época. Inicialmente equipado com o motor Aquilon V8 de 2,35 litros, o carro enfrentou críticas por seu desempenho limitado, ganhando o apelido de “O Belo Antônio” — bonito, mas impotente 

Com o tempo, a Simca introduziu melhorias, como o motor Tufão de 100 hp em 1964, e posteriormente o Emi-Sul de 140 hp 

 O carro tinha tração traseira, transmissão de três marchas, e dimensões generosas: 4,75 m de comprimento e 1.215 kg de peso.

Entre suas versões destacam-se:

  • Simca Présidence: versão de luxo com calotas raiadas, bancos de couro e cores exclusivas.
  • Simca Jangada: a primeira perua de grande porte fabricada no Brasil.
  • Simca Alvorada: versão popular e simplificada, voltada para taxistas.
  • Simca Rallye: esportiva, com detalhes cromados e visual mais arrojado 

Impacto cultural e legado

O Chambord não foi apenas um carro — foi um símbolo de sofisticação. Tornou-se famoso ao ser usado pelo ator Carlos Miranda na série de TV “O Vigilante Rodoviário”, o que ajudou a consolidar sua imagem de veículo confiável e elegante 

Apesar dos problemas de qualidade e da reputação instável da Simca, o Chambord conquistou uma legião de admiradores. Seu ronco característico do motor V8 ainda é lembrado com carinho pelos entusiastas de carros clássicos 

Hoje, o Simca Chambord é considerado um clássico do automobilismo brasileiro, sendo presença garantida em encontros de carros antigos e coleções particulares. Seu legado permanece como um marco da indústria nacional e da cultura automobilística dos anos dourados.

Por: Ranulfo Araújo